Uma verdadeira nostalgia com Reinaldo Oliani

Reinaldo Oliani foi um dos primeiros profissionais da rádio FM 97. "A primeira em rock'n'roll" e "A primeira rádio do rock" de São Paulo.
30/04/2023 07:45
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A FM 97 foi fundada em setembro de ⁠1983⁠ por José Antônio Constantino, na época proprietário da ⁠Rádio ABC⁠ de ⁠Santo André⁠, e foi idealizada pelo seu filho, Zezinho Constantino, então com apenas 23 anos de idade.
Seu estúdio localizava-se em um prédio redondo na esquina das avenidas Gilda e Pereira Barreto, no bairro Vila Gilda, e até hoje, a velha torre de transmissão da emissora está no topo do prédio. A princípio, voltou-se a um perfil alternativo, que girava em torno de vários estilos musicais, principalmente à música nacional, e aos poucos foi direcionando sua programação a outras tendências, com foco no ⁠rock⁠. Nos breaks comerciais, suas vinhetas anunciavam o slogan "A primeira em rock'n'roll" e "A primeira rádio do rock", já que era a primeira rádio do Brasil a apostar em uma programação dedicada exclusivamente ao gênero musical.
A rádio teve locutores renomados no seu primeiro time, entre eles Wilson Versolato, atual voz do Warner Channel e Claro TV.
Na segunda geração, seu principal locutor era Edson Sant’Anna Júnior, mais conhecido como "Jota Erre". Ele acabou virando uma espécie de marca registrada do rock'n'roll e um ícone da região, já que tinha muita liberdade na rádio para fazer sua própria programação e tocar o que bem entendesse. Nos estúdios da 97 FM, Jota Erre foi o único locutor do país a tocar no ar uma versão de "Moby Dick" (⁠Led Zeppelin⁠) com direito ao solo completo de bateria de ⁠John Bonham⁠.
Outro locutor famoso da emissora foi ⁠Ciro Bottini⁠. Ele era vocalista e guitarrista na banda de glam rock Proteus e começou sua carreira na rádio em 1989, aos 24 anos, onde ficou até 1992.
Também passou por lá Paulo Lima (ou Paulinho Lima), fundador da ⁠Revista Trip⁠, que apresentava o Surf Report, um programa que acabou se tornando um espaço para discutir assuntos do cotidiano, comportamento e temas polêmicos e foi a inspiração para ele e seu sócio na criação da revista.

A emissora foi a primeira a tocar várias músicas de bandas de rock brasileiras, e apoiou várias delas, como ⁠Golpe de Estado⁠, ⁠Camisa de Vênus⁠, ⁠Legião Urbana⁠, ⁠Ira!⁠, ⁠Plebe Rude⁠, ⁠Capital Inicial⁠, ⁠Inocentes⁠, ⁠Violeta de Outono⁠, ⁠Akira S e As Garotas Que Erraram⁠, entre outras. Uma característica da rádio era não tocar o óbvio: enquanto em outras rádios só se ouvia "Eu não matei Joana d’Arc", "Sinca Chamboard" ou "Só o fim", do Camisa de Vênus, na 97 FM tocavam outras faixas como "O adventista", "Pronto pro suicídio" e "Meu primo Zé". A programaç;ão era mais independente e pouco orientada pelas gravadoras, tocando desde clássicos do rock até bandas obscuras, que nunca tinham passado pelas ondas radiofônicas brasileiras, principalmente progressivas europeias e americanas do hard rock setentista.
Em 1985, dois anos após seu lançamento, passou a enfrentar a concorrência da ⁠89 FM⁠, embora sempre tenha optado por repertórios menos comerciais que sua rival.
Sob a organização do locutor Carlos Prozzo, também promovia grandes festas de aniversário na região, no Clube Atlético Aramaçan, levando muitas bandas para lá, e movimentando públicos de 8 a 10 mil pessoas. Em uma das festas mais marcantes, houve o retorno do cantor ⁠Raul Seixas⁠ aos palcos, ao lado de ⁠Marcelo Nova⁠, após um hiato de 3 anos.
No início da década de 1990, a FM 97 mudou seus estúdios e transmissores de Santo André para a cidade de ⁠São Paulo⁠. Inicialmente, funcionou na ⁠Avenida Doutor Arnaldo⁠, no bairro do ⁠Sumaré⁠, em um dos andares do Edifício Agripina, e nos anos 2000, mudou seus estúdios para o Edifício Mário Cochrane, na ⁠Avenida Paulista⁠, deixando apenas os transmissores no antigo prédio.
Nessa época, com o declínio comercial do rock nacional nas rádios brasileiras, a FM 97 começou a reposicionar sua programação, tocando outros gêneros.
 

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