Birras e agressividade: comportamentos disruptivos em crianças e adolescentes. Por Dra. Sonia Casarin

Comportamentos disruptivos são ações e reações abruptas que aparecem na criança ou adolescente sob a forma de birra desproporcional à situação que a causou, reações de raiva e irritação com choro, bater as mãos e os pés, bater em outras pessoas ou em si mesmo, mentir constantemente, vandalismo, roubo. Pais e educadores podem ajudar a criança ou adolescente no processo de socialização e superação de comportamentos disruptivos. Broncas e castigos podem piorar a situação. Leia mais.
29/01/2018 21:19
noticia Birras e agressividade: comportamentos disruptivos em crianças e adolescentes. Por Dra. Sonia Casarin
noticia Birras e agressividade: comportamentos disruptivos em crianças e adolescentes. Por Dra. Sonia Casarin

Os comportamentos disruptivos são excessivos e desviantes, violam os direitos básicos dos outros, além de não aceitar as regras de conduta social apropriada para a idade. Crianças e adolescentes que apresentam esses comportamentos quebram as regras e não acatam a autoridade.

Birras, agressividade e oposicionismo acontecem na infância, quando a criança ainda não aprendeu como lidar com suas emoções, com frustrações e com diversos tipos de relacionamento. À medida que se desenvolve, ela passa a ter outros recursos para lidar com emoções como a raiva enfrentar as frustrações e com as diversas pessoas que fazem parte de sua vida. Quando ela não adquire esses recursos, pode manter os comportamentos que ajudam a aliviar a ansiedade e a tensão, mas não são socialmente aceitos.

Quando os comportamentos disruptivos são constantes e permanecem por longo período de tempo, caracterizam o Transtorno de Comportamento Disruptivo, por isso as reações pontuais, relacionadas com uma determinada situação não são suficientes para caracterizar um Transtorno de Comportamento.

 

Como lidar com os comportamentos disruptivos?

  • A criança ou o adolescente deve sempre se sentir aceita e amada, mas deve compreender que seu comportamento disfuncional não é aceitável.
  • As atitudes de pais e educadores devem estar de acordo com a idade e com a capacidade de compreensão da criança ou do adolescente.
  • É preciso mostrar que o comportamento não é desejado e, muitas vezes, é recomendável ignorar tal comportamento, enquanto comportamentos adequados são enaltecidos.
  • A criança pequena reage à emoção dos pais, assim, quando eles mostram que não aceitam o comportamento dela, sua reação tende a ser aproximar-se deles de outro modo e isso pode mudar seu comportamento.
  • Quando a criança tem capacidade de verbalização, podem ser feitos combinados para evitar o comportamento disruptivo e estabelecer comportamentos adaptados. Assim, a criança ou adolescente começa a adquirir domínio sobre suas ações e reações.
  • Também podem ser planejadas atividades gratificantes como a utilização do computador e jogos quando seu comportamento está de acordo com o combinado.
  • Tanto na escola como em casa, a criança ou adolescente deve ter um espaço com livros, jogos e equipamentos que possam ser utilizados em momentos de pausa ou de “gratificação”, que são os momentos planejados para que ela possa parar para se reorganizar.
  • As explicações sobre comportamentos adequados e inadequados devem ser feitas com linguagem simples e mensagens curtas. Explicações muito longas são cansativas para as crianças,
  • Atitudes agressivas como broncas, punições e desafios tendem a ter pouco efeito na superação de comportamentos disruptivos, pois a criança, ou o adolescente, se sente desafiada e pode prolongar a situação.
  • Quando o comportamento se mantém por longo período e não se modifica com as tentativas de mudança, a avaliação de um profissional é recomendada. Há tratamentos específicos para os Transtornos de Conduta.

Sonia Casarin, psicóloga com doutorado em Psicologia Clínica e pós-doutorado em Psicologia Educacional, é coordenadora do Instituto de Estudos Psicológicos e responsável pelo S.O.S. Down; presta atendimento clínico no SER – Serviço Especializado de Reabilitação e em consultório particular.

Contatos: Telefone: (11) 97078-9813 / E-mail: scasarin@uol.com.br

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