A Síndrome de Down em tempos de COVID 19

Pessoas com Síndrome de Down fazem parte do grupo de risco diante do novo coronavírus?
03/05/2020 21:04
noticia  A Síndrome de Down em tempos de COVID  19
noticia  A Síndrome de Down em tempos de COVID  19

Por Dra. Sonia Casarin

A presença de doenças crônicas como hipertensão , diabetes, asma, além da idade acima de 60 anos torna a pessoa mais vulnerável e propensa a ter maiores complicações de saúde no caso de ser infectada pelo novo corona vírus e desenvolver a COVID 19 (Corona Virus Disease 2019).

Alterações no sistema imunológico presentes na Síndrome de Down tornam a pessoa mais suscetível a infecções e, com isso, também ao novo corona vírus. *Estudos sobre a imunologia de pessoas que têm a Síndrome mostram que alterações morfofuncionais do timo têm papel relevante na resposta do organismo aos agressores externos, como esse vírus.

Essas alterações são observadas desde a vida intrauterina, com baixa contagem de linfócitos e funcionamento atípico de linfócitos T e B, que permanecem por toda a vida e tornam necessária atenção maior devido ao risco de ocorrerem pneumonias e doenças autoimunes, como tireoide autoimune e doença celíaca.

Diminua o risco de infecção pelo novo corona vírus na Síndrome de Down

      As orientações básicas recomendadas pela OMS (Organização Mundial da Saúde) para a população geral aplicam-se também às pessoas que têm a Síndrome de Down, como:

  • lavar as mãos com água e sabão ou com álcool em gel para mantê-las sempre limpas.
  • cobrir a boca com o braço e antebraço ao tossir ou espirrar.
  • manter distanciamento social, evitando cumprimentar com contato físico.
  • evitar o contato com pessoas infectadas.
  • evitar aglomeração.
  • evitar atividades em grupo, particularmente em ambientes fechados.

      Cabe notar, porém, que pessoas que têm a Síndrome podem ter dificuldade de entender o motivo de lavar as mãos, que supostamente estão limpas. Por quê devem mudar seus hábitos, que muitas vezes incluem abraços , beijos e contato físico com outras pessoas. E é preciso que elas possam compreender.

O que é o novo coronavírus que ela não vê?

            Pessoas com deficiência podem ter dificuldade de seguir as recomendações preventivas e entender o que significa manter o distanciamento social e a necessidade de lavar as mãos com mais frequência”,  explica a Dra. Macarena Lizama, da Pontifícia Universidad Catolica de Chile.

        Além disso, pessoas com Síndrome de Down podem ter também dificuldade de comunicar os sintomas causados pelo coronavírus.

            Logo, para reduzir os riscos, além das orientações gerais, na Síndrome de Down é recomendável:

  • Manter as doenças crônicas controladas com os devidos tratamentos e medicações.
  • Medir a temperatura com frequência e verificar se tem febre.
  • Manter atualizados os cuidados de saúde com vitaminas e exposição ao sol.
  • Adotar alimentação saudável de acordo com recomendações dos profissionais que conhecem a pessoa.
  • Praticar exercícios físicos.
  • Manter a estimulação intelectual, fazendo as tarefas enviadas pela escola e  interações com professores e colegas via web.

Como explicar o novo corona vírus para pessoas com Síndrome de Down

       Tendo em vista que a maioria das pessoas com Síndrome de Down são dependentes em maior ou menor grau de seus familiares, a família toda pode ajudar não só manutenção dos cuidados como também  nas recomendações e cuidados.

        Com ilustrações simples e objetos com os quais a pessoa tem familiaridade é possível explicar não só a pessoas que têm a Síndrome sore o novo coronavírus, como também as crianças que estão há semanas em casa devido ao isolamento social. Confira algumas dicas que você pode praticar:

  • Utilize desenhos, figuras e representações que possibilitem a visualização e facilitem a compreensão.
  • Exiba de vídeos e animações, se a família tiver acesso, pois são estratégias também facilitadoras.
  • Imagens, ilustrações e demonstrações podem ser utilizadas para mostrar o modo indicado de: como lavar as mãos, cumprimentar as pessoas e manter o distanciamento de 1m a 2m.
  • Além dos cuidados citados acima, é necessário observar mudanças de comportamento como maior irritabilidade e diminuição ou aumento de reações diante de situações rotineiras.

    *(Nisihara, Mitsunori, Massuda e Lupiañes, Rev. Soc.Bras. Clin. Med. 2014, 12:3)

Dúvidas? Envie um e-mail para: psicologa@soniacasarin.net ou entre em contato pelo Whats App: (11) 97078-9813

Sonia Casarin é Psicóloga, com doutorado em Psicologia pela PUC-SP, pós doutorado em Psicologia Educacional do Centro Universitário UNIFIEO (2015), coordenadora do Instituto de Estudos Psicológicos, responsável pelo S.O.S.Down. é considerada Uma das maiores autoridades na psicologia no Brasil quando o assunto é Síndrome de Down.

Site:www.soniacasarin.net

ÚLTIMAS NOTÍCIAS UOL