Honda Civic: qual ano é a melhor versão do carro?

Quando pensamos em sedãs, pensamos em Honda Civic.

A décima geração do modelo chegou com a missão de recuperar a empolgação que esse sedã já despertou no passado, como com o Honda Civic 2008.

Entretanto, o preço da versão com motor 1.5 turbo (R$ 126.600) pode ser um obstáculo para muitos, equivalendo ao valor da versão de entrada (R$ 90.900) somado ao preço de um carro popular. 

Se o orçamento não comporta esse investimento, as outras três configurações, equipadas com o motor 2.0 aspirado, se tornam opções atrativas. Agora, surge a dúvida: qual delas escolher? Abaixo, detalhamos as principais características de cada versão para ajudar na decisão.

Honda Civic Sport Manual – R$ 90.900

A versão de entrada apresenta um motor 2.0 de até 155 cv e 19,5 kgfm, mantendo o mesmo padrão da geração anterior. Destaque para a presença de um câmbio manual de seis marchas, com engates curtos e precisos. Essa configuração cativará os entusiastas que valorizam o prazer de dirigir acima do conforto, em um mercado onde sedãs com transmissão manual estão se tornando raros.

Comparado à concorrência, o Civic já sai de fábrica bem equipado, embora a ausência de bancos de couro e sensores de estacionamento seja notável.

Os itens de série incluem direção elétrica, trio elétrico, ar-condicionado digital, roda de liga-leve de 17 polegadas diamantadas, controle de tração e estabilidade, assistente de partida em rampa, seis airbags, cinto de segurança de 3 pontos e encosto de cabeça para todos os ocupantes, Isofix, câmera de ré multivisão (três vistas) com linhas dinâmicas, faróis de neblina, chave tipo canivete, freio de estacionamento eletrônico com função Brake Hold, controle de velocidade de cruzeiro, repetidor de seta, ajuste de altura e profundidade do volante, tela multimídia de 7 polegadas sensível ao toque, DRL e lanternas de LED, e volante multifuncional.

Honda Civic Sport Automático – R$ 97.900

Por um acréscimo de R$ 7 mil, é possível adquirir a versão de entrada com câmbio CVT, que simula sete marchas e inclui aletas atrás do volante. 

Embora o conjunto mecânico seja agradável, o ruído do motor pode incomodar em acelerações mais intensas, devido ao CVT manter os giros elevados. No entanto, isso não compromete o conforto geral durante a condução do Civic.

Honda Civic EX – R$ 101.400

A configuração intermediária EX se destaca pelo seu excelente custo-benefício. Equipada com o mesmo motor 2.0 e câmbio CVT, a versão adiciona à lista de itens uma grade frontal cromada, retrovisores eletricamente rebatíveis, faróis com acendimento automático, bancos de couro e velocímetro digital. 

Vale ressaltar que a Honda não oferece opcionais, ou seja, para ter bancos de couro, é necessário optar por essa configuração. Embora a ausência de retrovisor fotocromático, sensores de chuva e crepuscular seja notável em um veículo de R$ 100 mil, a configuração EX oferece uma combinação atraente de recursos.

Honda Civic EXL – R$ 107.900

Na versão EXL, a Honda adiciona recursos como ar-condicionado dual zone, sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, tela multimídia de sete polegadas com GPS e wi-fi, e painel de instrumentos com tela de TFT de alta definição. 

A cabine ganha um toque extra de modernidade, enquanto o conjunto mecânico permanece inalterado: motor 2.0 aspirado combinado ao câmbio CVT. Apesar do conteúdo tecnológico e do conforto elevado, o preço de R$ 107 mil pode parecer alto para um sedã que não inclui sensores de chuva e crepuscular, nem o aclamado motor 1.5 turbo.

Honda Civic Touring – R$ 126.600

A versão topo de linha, Touring, introduz o motor turbinado 1.5 turbo de até 173 cv e 22,4 kgfm. Se o desempenho é a prioridade, essa é a escolha ideal. A transmissão continua sendo a CVT, simulando sete marchas.

A configuração Touring adiciona faróis Full LED (inclusive de neblina) com acendimento automático, sensor de ponto cego, bancos dianteiros com ajuste elétrico, sensor de chuva, retrovisor interno fotocromático, teto solar elétrico e sistema de partida por botão no painel ou pela chave. Essa versão pode ser uma alternativa para quem busca um modelo do segmento premium, mas deseja evitar os custos elevados de manutenção, cesta básica de peças e seguro.

Motor 2.0 Aspirado X 1.5 Turbo

O desempenho do motor turbo é indiscutivelmente superior ao do 2.0 aspirado. Em nossos testes de pista, o Civic 2.0 acelerou de 0 a 100 km/h em 9,8 segundos, enquanto a versão com motor 1.5 turbo fez 7,5 segundos, uma diferença notável de 2,3 segundos.

No uso diário, essa diferença se reflete nas retomadas de velocidade e, especialmente, no consumo de combustível. O Civic Touring, que aceita apenas gasolina, apresentou médias de consumo de 13,2 km/l na cidade e 17,9 km/l na estrada, enquanto o Civic 2.0 registrou, com etanol, médias de 7,2 km/l na cidade e 9,6 km/l na estrada. 

Com gasolina, as médias foram de 9,2 km/l na cidade e 13 km/l na estrada. A discrepância no consumo é evidente. Contudo, o preço do veículo com motor turbinado é, no mínimo, R$ 18,7 mil mais alto que o do modelo aspirado. Essa diferença, na nossa opinião, é difícil de ser justificada, a menos que a empolgação ao dirigir seja um requisito fundamental para a compra do veículo.

Melhor Custo-Benefício: Honda Civic EX

Deixando a emoção de lado, a versão que melhor equilibra a equação de custo-benefício é a intermediária EX com motor 2.0. Embora por R$ 100 mil ela pudesse incluir itens como sensores de chuva e crepuscular, a ausência desses recursos é compensada pelo excelente acerto dinâmico do sedã, assim como seu elevado padrão de segurança.

De acordo com Alisson Wieder, do Garagem 360, o desempenho do motor 2.0 aspirado não decepciona, mesmo sendo menos econômico que o 1.5 turbo. A escolha por essa configuração proporciona um sedã moderno, espaçoso, confortável e agradável de dirigir.