Museu Casa Literária Yasunari Kawabata

23/01/2023 09:50
noticia Museu Casa Literária Yasunari Kawabata
noticia Museu Casa Literária Yasunari Kawabata

Museu Casa Literária Yasunari Kawabata

O Museu Casa Literária Yasunari Kawabata está localizada na cidade de Ibaraki, Estado de Osaka. O Museu tem em seu acervo mais de quatrocentos itens, entre artigos, cartas, as edições originais de seus livros e fotografias que contam sua trajetória. A entrada no museu é gratuita mas é proibido fotografar...Yasunari Kawabata (Osaka, 11/07/1899 ~ Kamakura, 16/041972) foi o primeiro escritor japonês a  receber o Prémio Nobel de Literatura, em 1968. 

A vida de Yasunari Kawabata foi marcada desde cedo por acontecimentos trágicos e pela solidão. Filho de um médico, ele se tornou órfão de ambos os pais com apenas quatro anos de idade, tendo sido criado no campo por seus avós paternos. Ele tinha uma irmã mais velha, a qual foi entregue aos cuidados de uma tia, mas eles se conheceram somente mais tarde, em julho de 1909, quando Yasunari tinha dez anos de idade, e ela veio a falecer no ano seguinte. Com sete anos de idade (1906) perdeu sua avó e, com quatorze anos (1914), o avô. Tendo perdido todos os parentes mais próximos, Yasunari mudou-se para a família dos avós maternos, os Kuroda, porém acabou matriculado em um internato próximo da escola de Ensino Secundário a que ele outrora ia de trem. Durante o tempo em que frequentava o liceu científico, alguns anos depois, optou por se tornar escritor após escrever alguns contos; antes disso, quando criança, desejava dedicar-se à pintura.

Em 1920, Yasunari ingressou na Universidade Imperial de Tokyo. Em 1921 fundou a revista Shin-Shicho (Pensamento Novo) e, juntamente com Riuchi Yokimitsu, criou um jornal de literatuta  - Bungei Jidai (Anos Literários) - , visando a promover um novo movimento literário, o Shin-Kankakuha (Novas Sensações Literárias), que tinha como principais preocupações, segundo os autores, a apresentação de “novas sensações” na Literatura Japonesa, considerando a arte pura como missão primordial do escritor. Nessa revista Yasunari publicou em 1926, “Izu no Odoriko” (A Dançarina de Izu), uma história que explora o erotismo do amor juvenil, com imagens líricas inspiradas em escrituras budistas e poetas medievais japoneses. Iniciara, porém, sua carreira como escritor com narrativas breves, como o seu “Tamagokoro no Shôsetsu” ( Contos da Palma da Mão), hoje considerado um gênero típico de Yasunari Kawabata.

Em 1931, já casado, mudou-se para Kamakura, antiga capital dos samurais, ao norte de Tokyo, no Estado de Kanagawa. O seu primeiro romance foi “Yukiguni” (O País das Neves), publicado em 1935. A obra relata a história de amor entre um homem da cidade de Tokyo e uma gueixa de um povoado remoto onde este encontra um refúgio do stress da sua vida em uma metrópole. Este romance colocou Yasunari Kawabata imediatamente na posição de um dos escritores mais importantes e promissores, tornando-se um clássico que é, hoje considerado uma das suas mais importantes obras. 

Em 1949 iniciou a série “Mil Tsurus”, em que constam o célebre “Nuvens de Pássaros Brancos” e “O Som da Montanha”. Outras obras mais conhecidas do autor são: “Beleza e Tristeza”, “Kyoto” e “A Casa das Belas Adormecidas” que inspirou Gabriel Garcia Marques a escrever “Memórias de Minhas Putas Tristes”. No entanto, o autor considerava “Meijin” a sua melhor obra, publicada em 1954. Ao receber o Nobel de Literatura em 1968, em seu discurso condenou o suicídio, lembrando vários amigos que haviam morrido dessa forma. Em 1972, porém, em meio a um surto depressivo, suicidou-se em Zushi, perto da cidade de Yokohama. 

Inicialmente Yasunari Kawabata fez experimentos com técnicas surrealistas, porém aos poucos se torna impressionista, combinando a estética japonesa com narrativas psicológicas e erotismo. O estilo de escrita do autor distingue-se por uma linguagem suave, mais abstrata que descritiva, onde predomina a subjetividade em relação à objetividade, aproximando-se muitas vezes da prosa poética. Por seu tratamento de atmosferas e cores, ficou conhecido como alguém que “pintava as palavras” de branco irradiante, como se percebe em “O País das Neves” e “Nuvens de Pássaros Brancos”. A solidão, a angústia da morte e a atração pela psicologia feminina foram seus temas constantes...

 

ÚLTIMAS NOTÍCIAS UOL