Artigo - Psicanálise: permita-se conhecer essa técnica

Noções básicas para quem procura apoio profissional nestes tempos de pandemia
04/08/2020 17:33
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Muito tem se falado da psicanálise, mas noto que, mesmo as pessoas que me procuram no consultório não têm uma ideia correta do que se trata essa técnica. Pressionadas pelo momento difícil que vivemos por conta da pandemia de coronavírus, elas buscam apoio profissional, mas chegam cheias de dúvidas e conceitos equivocados. Como acredito que o conhecimento é o ponto de partida de qualquer tratamento – inclusive para que haja um alinhamento das expectativas do paciente com a realidade da proposta terapêutica, gostaria de compartilhar algumas noções básicas com vocês.

Psicanálise, psicologia e psicoterapia – entenda as diferenças

Um erro comum é confundir a psicanálise com a psicologia ou com a psicoterapia. Então, antes de mais nada é necessário distinguí-las.

A psicanálise é uma técnica clínica desenvolvida pelo médico neurologista austríaco Sigmund Freud, a partir do final do século XIX, e que busca a compreensão e análise da psiquê humana, definida modernamente como a junção das ideias de alma, ego, mente e espírito. Ela é totalmente independente da psicologia – uma ciência que estuda o comportamento e os processos mentais -; e da psicoterapia, que consiste no uso clínico dos conhecimentos oriundos do corpo teórico da psicologia.

Como funciona o abordagem psicanalítica

O trabalho do psicanalista consiste na escuta e observação de todas as as queixas, sonhos, desejos, atos falhos, esquecimentos, repetições de padrões de comportamento e de pensamento do paciente para, a partir daí, dar início a uma análise. É feito um resgate daquilo que está escondido no inconsciente do analisado, o que torna a psicanálise uma terapia longa e profunda. Busca-se tratamento para as causas dos problemas e não apenas seus sintomas.

Durante o processo são investigados não apenas os ditos, mas também os não ditos. A interpretação por parte do analisante trará à tona memórias e fatos da infância, adolescência e períodos que aparentemente não têm uma relação imediata com as reclamações do paciente. Objetiva-se, com isso, chegar aos traumas, medos, inseguranças, inibições, paralisias e outros gatilhos que levaram a pessoa à situação em que se encontra. Justamente por isso, com a abordagem psicanalítica os resultados para questões sexuais, fobias, compulsões e dificuldades de relacionamento interpessoal alcançam excelentes resultados.

Requisitos e armadilhas para o tratamento

Normalmente recomenda-se atendimentos semanais com duração de cerca de 1 hora. Porém, às vezes – principalmente no início do tratamento -, são necessárias sessões mais frequentes e de maior duração. Uma vez iniciado o tratamento, é muito importante sua não interrupção. A regularidade e a continuidade são fundamentais para o sucesso do processo terapêutico. É preciso estar atento para os mecanismos de defesa e autossabotagem comuns entre pacientes analisados – trata-se de uma tentativa natural de fugir, negar, justificar ou terceirizar os próprios conflitos.

Outro obstáculo na busca do tratamento é a “vergonha” – o que vão pensar de mim se souberem que estou indo a um psicanalista? Nesse caso, só posso dizer: o que importa o que os outros pensam? Mais: quem busca auxílio terapêutico está em muito melhores condições do que aquele que não reconhece sua importância, e desdenha quem o faz. Ignorar o problema não o fará sumir.

Deitar ou não no divã?

É comum associar à psicanálise a imagem de um divã. Eu mesma, em meu consultório, disponho de 02 divãs para os atendimentos. Mas, quem não ficar à vontade para deitar-se, pode usar uma das poltronas. O importante é que o a paciente esteja confortável e tranquilo para a sessão. Hoje, a procura tem sido grande também para os atendimentos online – estamos em tempos de coronavírus e isolamento social – e eu (assim como a maioria dos psicanalistas) disponho do recurso de diversas plataformas para garantir a segurança, o sigilo e a eficiência das sessões. Acredito, inclusive, que essa modalidade de atendimento online deva permanecer mesmo após a pandemia, pois torna mais acessível a terapia, inclusive para pessoas com restrições de tempo e locomoção; ou que residam em locais em que não haja profissionais dessa especialidade.

É importante lembrar: a melhor forma de alcançar os resultados é sair da justificativa e entrar na permissão. Essa decisão é só sua.

 

> A autora - quem é Lelah Monteiro
Sexóloga, psicanalista e fisioterapeuta. Atua em seu consultório em Perdizes (São Paulo, SP) como educadora sexual; terapeuta de casais, de família e sexual. Colunista e colaboradora de revistas, programas de rádio e TV com pautas relacionadas a comportamento, relacionamento, saúde, qualidade de vida e sexualidade. Atualmente comanda o quadro Sexpresso, todas as sextas-feiras, a partir das 13h, no programa Expresso Capital, na Rádio Capital AM.

> Serviço
Lelah Monteiro – Consultório
Rua Turiassu, 591 – cj 62 – Perdizes
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Whatsapp: (11) 99996-3051
e-mail: contato@lelahmonteiro.com.br
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