A SIPAT e seu papel no combate às ISTs/AIDS.

23/06/2020 12:27
noticia A SIPAT e seu papel no combate às ISTs/AIDS.
noticia A SIPAT e seu papel no combate às ISTs/AIDS.

Legalmente regida pela Portaria n° 3.214, NR 5, item 5.16, letra "O", a SIPAT - Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho - deve ser realizada anualmente pelas empresas, durante o expediente, de forma a levar aos colaboradores - e através deles, às suas famílias - informações capazes de contribuir com sua saúde e bem-estar. Entre os temas obrigatórios da SIPAT figuram o alcoolismo, o tabagismo e as ISTs/AIDS.

As SIPATs cumprem um papel importante na prevenção das ISTs/AIDS. Os encontros revelam-se extremamente frutíferos, momentos em que os presentes não apenas aprendem, mas esclarecem dúvidas de extrema importância em relação ao sexo seguro, seus porquês, necessidade e implicações”, afirma Lelah Monteiro, fisioterapeuta pélvica, psicanalista, e sexóloga.

Em mais de vinte anos de atuação, Lelah Monteiro participa de SIPATs como palestrante e espanta-se ainda com a relativa ou baixa intimidade do público com o tema ISTs/AIDS. “O Brasil é referência mundial na adoção de políticas públicas de combate, tratamento e controle do HIV, porém há poucas e descontinuadas campanhas de prevenção, resultando no aumento expressivo das infecções na década passada, algo que necessita urgentemente ser revisto”.

Por isso, Lelah defende a importância das empresas cumprirem o seu papel no tocante à orientação do público interno, principalmente em relação aos jovens. Por não terem presenciado a explosão da AIDS nos anos 1980, entre outros fatores, sua percepção de risco quanto a esse quesito é preocupante.

Dados do Ministério da Saúde veiculados no final de 2019 revelam que há crescimento das infecções por HIV na faixa etária dos 20 aos 34 anos, respondendo por 57,5% dos casos notificados em todo o país. Fora isso, estima-se que 135 mil pessoas não sabem ser portadoras do vírus, tornando-as potenciais vetores na disseminação do HIV.

Segundo a UNAIDS, o Brasil caminha na contramão das estatísticas. Entre 2010 e 2018 apresentou aumento de 21% no total de casos de HIV contra a média latino-americana de 7%, acendendo o alerta vermelho nas autoridades sanitárias. Fora isso, é necessário destacar que há quase um equilíbrio entre homens e mulheres portadores do vírus, portanto a todos cabe se cuidar.

É preciso orientar as pessoas a se proteger, usar preservativos em todas as relações vaginais, anais e orais, quebrar tabus, incentivar a testagem de quem não a fez ou tem dúvidas se assim deve proceder. Nesse sentido nada melhor que um papo sincero, frente a frente, proporcionado pelas SIPATs, sublinha Lelah Monteiro.

Com passagem como Assessora Técnica da Comissão do CRT - IST/AIDS -CEAIDS/SP, Lelah Monteiro ampliou conhecimentos que divide com o público, seja no papel de profissional da saúde, palestrante ou cidadã. Dessa experiência, Lelah ressalta, por exemplo, “não termos uma clara visão a respeito do sexo oral como prática de risco. Resultado? A transmissão de ISTs graves como blenorragia, a famosa gonorreia, clamídia e sífilis vem crescendo mundo afora. Se as pessoas usassem camisinha regularmente ao praticar o sexo oral, essas doenças tenderiam a ser contidas”.

Em tempos de coronavírus, a palestrante Lelah Monteiro está disponível para as empresas, tanto para eventos presenciais – resguardadas todas as medidas de segurança sanitária – como online.

Mais informações: https://lelahmonteiro.com.br/.

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