Entrevista Com DJ Mauro Borges
Debby Mian - 19/10/2015Imagem do acervo do DJ Mauro Borges
O Dj Mauro Borges fez história no cenário eletrônico no Brasil com seu talento e irreverência, que fizeram com que ele se tornasse um dos ícones da cabine na noite paulistana. Ele infelizmente nos deixou no ano de 2018 e com certeza estará presente em nossos corações, eternamente.
Em 2015 ele me concedeu uma entrevista muito divertida, confira!
Qual era sua profissão antes de ser DJ?
R: Eu sou formado em jornalismo e trabalhei em um pouco de tudo antes de me tornar DJ. Inclusive trabalhei como modelo em Milão em meados de 1988 e 1989.
Quando iniciou sua carreira como DJ e como foi?
R: Foi meio ao acaso ,pois sempre gostei demais de dançar e isso me bastava. Depois de dois anos que voltei da Itália, recebi o convite do DJ Renato Lopes e Eloy W para ser DJ em um Club novo , o Nation, que por sinal revolucionou a noite paulistana.
Como era ser DJ em meados dos anos 80/90? Qual a diferença entre os profissionais de hoje?
R: Nos anos 80, ser DJ ainda era algo underground e de pouca popularidade,porém nos anos 90 era o lance do momento e grande parte disso foi pelo sucesso do meu trabalho, de Renato Lopes, DJ Mau Mau, Ricardo Guedes e alguns nomes que inovaram e criaram uma imagem.
Você tocou em diversas casas noturnas. Quais foram as principais onde em sua opinião, deram mais visibilidade ao seu trabalho?
R: O Nation foi a primeira que toquei por três anos, lá criei a minha imagem de DJ performático que toca, dança e interage com o público.Também criei o primeiro grupo de Dance Music e música eletrônica do Brasil, o Que Fim Levou Robin?, que lançou um álbum pela Warner em 91 e fomos escolhidos grupo revelação e música do ano, com "Aqui Não tem Chanel"pela revista Bizz da editora Abril. Ao lado da Bebete Indarte, criei o Clube Massivo, que foi a primeira casa Mix do Brasil e trouxe muitas novidades para a noite , como Drag Queens e Hostess. Criei a Disco Fever, que foi o lugar onde surgiram os primeiros Go Go Boys.
A banda Que fim levou o Robin, teve muita visibilidade para a Dance Music na época. Por qual motivo durou tão pouco?
R: Na verdade surgiram outras coisas que tomavam muito tempo como o Club Massivo, que foi um marco na noite e fomos um projeto muito antes do tempo.
Você teve a oportunidade de participar da Spirit Of London com a tenda Freedom. Qual a importância desse trabalho para o segmento GLS?
R: A minha história na Spirit começou com o programa Disco Fever, que tive na rádio 97 FM de 2004 até 2007 e foi o primeiro programa de rádio voltado para o público GLS no Brasil. Em 2005, recebi o convite pra tocar em um After House, no festival e que graças a grande presença do público GLS virou uma pista da qual fui residente por 10 anos.
Entrevistei a Hostess Mylanta Plus , onde não perdeu a oportunidade de falar sobre os trabalhos realizados com você. Qual a importância de um Promoter ou Hostess para os projetos e festas de um modo geral?
R: Uma promoter e um host, são a imagem da festa e o elo de ligação entre o DJ e o público. Devem falar a nossa língua e pensar como nós.
O que foi para você posar para a revista G Magazine?
R: Foi uma atitude bem ousada para a época e deu muita repercussão e gerou muita polêmica, que aliás eu sempre adoro.
No momento é residente de qual casa noturna? Fale sobre seus projetos atualmente.
R: Eu atualmente sou residente da Aloca, da Bubu, do Club Mono, do club Bofetada e do Club 88 em Campinas, onde tenho em cada um , uma festa mensal. Também estou lançando meu novo vídeo Clip da minha música nova, "Fashion".
Neste mês de outubro, você comemora 28 anos de carreira. Qual o segredo para estar em evidência até os dias de hoje?
R: Sexta feira , dia 23 de outubro comemoro no Mono Club 23 anos de discotecagem. Acho que o segredo para estar a tantos anos na ativa é estar sintonizado com a música em todos os sentidos , não tendo preconceito e se manter jovem de alma.
De um modo geral,com todos os trabalhos que realizou até agora ,o que leva como aprendizado e qual o grande toque que você daria para quem está iniciando ?
R: Aprendi que temos que sempre estar com os pés no chão e que trabalho é trabalho, não importa o que você faça. Tem que ser humilde e dedicado e manter seus valores, sua fé e nunca achar que você é o centro do Universo, pois somos parte de uma festa , que é a vida.
Assista o Clip "FASHION" na íntegra!
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