Semana Mundial do Aleitamento Materno 2017

Por Débora Nogueira

Com o tema ‘Trabalhar juntos para o bem comum’, a Semana Mundial do Aleitamento Materno de 2017, que acontece de 1 a 7 de agosto, conta com o apoio da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e do Ministério da Saúde com o objetivo de chamar a atenção para a importância desse ato tão simples e fundamental para a saúde da criança.

Nesse contexto, a pediatra Dra. Ana Escobar ajuda a esclarecer as dúvidas e dá dicas para facilitar esse momento tão precioso do bebê e da mamãe.

Vantagens da amamentação

A amamentação tem muitos benefícios para a mamãe e, sem nenhuma dúvida, para o bebê. Crianças amamentadas apresentam menor risco de desenvolver diversas doenças e têm proteção e imunidade melhor por conta dos anticorpos e de outras propriedades anti-infecciosas que só o leite materno contém.

Bebês que mamam tem menor chance de obesidade e suas co-morbidades na vida adulta. Além disso, seu desenvolvimento neuro-psico e emocional é estimulado  graças a gorduras especiais encontradas no leite materno que são ideais para seu cérebro e também graças ao vínculo afetivo que é facilitado pelo ato de amamentar. Bebês prematuros tem também inúmeras vantagens com o aleitamento materno que é o melhor leite para seu organismo e principalmente para seu intestino.

Amamentar também traz benefícios para a mãe

Quem amamenta tem menor risco de câncer de mama e de ovário, e consegue retornar mais rápido ao peso pré-gravídico, além de correr menor risco de hemorragias no pós-parto.

Embora seja um processo natural, mamãe e bebê terão que aprender juntos sobre amamentação. Para muitas mães esse processo é difícil nas primeiras semanas, por isso é importante ter informações, estar preparada e ter apoio de pessoas experientes para ajudar nesse processo.

A orientação de uma enfermeira ou consultora em amamentação é uma boa ideia para que o período de aleitamento dure muito e não acabe na primeira dificuldade encontrada.

Cuidados na amamentação

Os bebês nascem mamando pouco e devagar. Não se deve impor regras nem horários. Aos poucos, o tempo e a rotina das mamadas vão se organizando. O importante é que o bebê ganhe peso progressivamente. Geralmente, após o décimo dia de vida, o bebê ganha 30 gramas por dia.

O local para amamentar deve ser o mais aconchegante possível. Durante o dia, outros ambientes podem ser usados. Durante a noite, o bebê deve ser amamentado no quarto, com pouca luz e em silêncio, para que entenda que é noite e volte a dormir.

Em média, a mamada deve durar de 20 a 40 minutos, mas isso não é uma regra. O importante é que o bebê fique satisfeito.

Oferecer um peito ou os dois nas mamadas

O leite materno apresenta 3 fases.

A primeira, mais clara, é rica em anticorpos e muito importante para a proteção do bebê. A segunda fase é o leite, propriamente dito, com todos os seus nutrientes essenciais. A terceira fase é a gordura, de tipo saudável, que ajuda o crescimento e desenvolvimento dos pequenos.

Por isso aconselha-se que se esgote um peito em uma mamada, para que o bebê possa receber  essas 3 fases. Se for necessário, e ele ainda estiver com fome, ai recomenda-se dar o outro peito também.

Na verdade, cada dupla mãe/bebê define qual é a  melhor forma em que se encontram no ato da amamentação.

O importante, mais que tudo, é que as duas partes se sintam felizes!

Posição para amamentação

Há pelo menos cinco formas de segurar a bebê na hora de amamentar. Cada dupla mãe-bebê deve encontrar a que se adapte melhor. Não precisa variar as posições a cada mamada. Apenas descubra qual é a mais confortável.

Coloque uma almofada para não cansar o braço e use um apoio para os pés deixando-os elevados. Isso ajuda a diminuir o inchaço do pós-parto.

Amamentação de Gêmeos

No começo, o ideal é amamentar um de cada vez. Oferecendo um peito para um e o outro peito para o outro. É importante alternar o seio oferecido para que cada filho tenha oportunidade de mamar nos dois peitos. Para começar a organizar os horários, o ideal é amamentar o bebê que acordou primeiro. Se depois, o outro continuar dormindo, é recomendado acordá-lo para permitir que a mãe descanse.

A amamentação de gêmeos simultânea é indicada e pode começar quando a mãe se sentir mais segura. Neste caso, há três posições:

Posição tradicional: coloque os bebês paralelos, debaixo dos braços. Ofereça um seio para cada um e cuide para que um não atrapalhe o outro.

O apoio do pai ou de cuidadores é fundamental na amamentação de gêmeos.

Mães que não conseguem ou não podem amamentar

Qual leite dar para os bebês?

O leite de vaca integral é contraindicado para bebês menores de 1 ano. Possui excesso de proteínas e de sódio, que podem sobrecarregar o pequeno rim; pode levar à anemia pois não fornece ferro em quantidade suficiente e tem baixo teor de vitaminas, minerais e de gorduras essenciais para o desenvolvimento cerebral dos bebês. Portanto, o leite de vaca integral NÃO é uma boa opção.

Por isso foram criadas as fórmulas infantis, especialmente elaboradas para os bebes. São leites, cuja base é o leite de vaca, intensamente modificados para suprir as necessidades nutricionais do bebê, respeitando a capacidade e as possibilidades de digestão do seu organismo.

Mas é sempre bom lembrar que o leite materno é perfeito, portanto, sempre a melhor opção.

AMAMENTAÇÃO é um tema muito rico e a pediatra, Dra. Ana Escobar, disponibiliza textos e vídeos com informações para mamães. Acesse o site e as redes sociais para conhecer o conteúdo completo:

http://www.draanaescobar.com.br/dicas-da-dra-ana/dicas/as-vantagens-da-amamentacao/

https://www.facebook.com/DraAnaEscobarResponde/

Sobre a especialista

Dra. Ana Escobar é médica pediatra formada pela Universidade de São Paulo.

• Professora Livre Docente  do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
• Coordenadora da Disciplina de Pediatria Preventiva e Social do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da USP
• Autora dos livros: Boas Vindas Bebê 1, 2 e 3
• Consultora  do Programa ‘Bem Estar’, da Rede Globo de Televisão.
• Embaixadora oficial da saúde da APAE de São Paulo.
• Colunista da Revista Crescer e do Portal G1/ Globo.