Biografia do Dietmar Starke, arquiteto e urbanista

   Do olhar brilhante do menino que admirava as cores e as luzes da infância a criança sonhadora que desenhava lindas linhas em seus cadernos ao jovem que olhava inconformado as diferenças em terras catarinenses e gaúchas de sua formação ao arquiteto querendo supera-las através das curvas de seus projetos, este brilhante poeta arquiteto catarinense superou paradigmas e criou, construiu e solidificou como arquiteto e artista das construções públicas de inclusão nas comunidades pobres da cidade do Rio de Janeiro.

   Ganhou o mundo, mudou-se para Berlim e lá permaneceu por quase duas décadas, aprimorou os traços, humanizou o olhar e aperfeiçoou as intervenções. Sua obra Internacional de maior valor histórico e simbólico está o centro de mulheres do mundo islâmico em Assuã, no Egito, de sua autoria. Era a semente da mudança que fincava estacas no mundo e em seu coração. Aquela revolução já tinha um espaço físico e ela se fez. Era uma realização muito grande ter sido o arquiteto destas mulheres marcadas por suas dores, cores e lutas.

   De volta ao Brasil trás investimentos e a Fundação Bauhaus para a cidade do Rio de Janeiro. Tornou o Rio de Janeiro sua cidade e percebeu que ambos se mereciam e que se dedicaria a ajudar a cidade tão maravilhosa a se tornar inclusiva e atraente, não apenas para turistas e ricos.     Inconformado com tamanha beleza geográfica permeada com por tantas desigualdades sociais tão presentes no cotidiano carioca com sua favelas e mazelas decidiu que veio para ficar e deixar uma herança na arquitetura desta cidade. Iria fazer história. História na Arquitetura de prédios públicos no Rio de Janeiro. Conceituou e desenhou a "praça do conhecimento" e a "nave do conhecimento".

   O mundo reconheceu seu talento e o arquiteto poeta e artista, sonhador de revoluções sociais, Dietmar Starke, brindou ao Rio de Janeiro com o prêmio internacional Architizer A + awards como melhor prédio público do mundo com a "nave do conhecimento". Era o reconhecimento internacional de sua obra e seus sonhos. Era para os gestores públicos a certeza de que era possível construir espaços públicos inclusivos e com qualidade. O sonho tornou-se realidade através de uma arquitetura contemporânea, inclusiva, ambientalmente correta.

   As comunidades pobres das favelas não eram mais cidadãos de segunda categoria. Estavam voando e chegando as "naves do conhecimento" com tudo que é de primeira linha em espaços públicos destas favelas. As pessoas já tinham um espaço seu, públicos, para aprenderem, acessarem o que de mais moderno existia em tecnologias de ponta. Viraram espaços de sonhos, de certezas, de arte, cultura, entretenimento, de (in) formação e de pertencimento e empoderamento. Hoje as demandas das "naves do conhecimento", que viraram atração turísticas também já vem das lideranças, das comunidades. Aos gestores públicos restou uma certeza, a obra de Dietmar Starke não mais lhes pertenciam. Eram um Patrimônio das comunidades e elas os sabiam. Construídas nos Centros destas favelas são sua riqueza, seu espaço de hominização e humanização.

   É a utopia construída em concretos e vivenciada em sonhos no cotidiano de uma cidade que busca superar suas contradições. Que bom sonhador que você existe. Esperamos ver as naves ultrapassando os espaços geográficos, inter-estaduais, inter-econômicos, inter-subjetividades. Você fez arquitetura, fez história e nela virou uma marca, uma grife.

Notícias:

http://arcoweb.com.br/noticias/arquitetura/naves-conhecimento-dietmar-starke-rio-janeiro

http://www.iabrj.org.br/projeto-nave-do-conhecimento-de-dietmar-starke-concorre-a-premiacao-architizer-a-awards

https://oglobo.globo.com/rio/a-nave-de-um-arquiteto-que-viaja-pela-utopia-social-15979048

https://www.youtube.com/watch?v=KYSJzO1iibk

https://www.youtube.com/watch?v=yZA3jnlq45k

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